sábado, 29 de setembro de 2007

Foi Deus


Não sei, não sabe ninguém

porque canto fado, neste tom magoado de dor e de pranto . . .

e neste momento,

todo sofrimento

eu sinto que a alma cá dentro se acalma nos versos que canto

foi deus, que deu luz aos olhos

perfumou as rosas,

deu ouro ao sol e prata ao luar

ai, foi deus que me pôs no peito

um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar

e pôs as estrelas no céu

fez o espaço sem fim

deu luto as andorinhas ai . . .

e deu-me esta voz a mim.

Se canto,

não sei porque canto

misto de ternura, saudade, ventura e talvez de amor mas sei

que cantando

sinto o mesmo quando,

me vem um desgosto e o pranto no rosto nos deixa melhor

foi deus,

que deu voz ao vento

luz no firmamento e pôs o azul nas ondas do mar

ai foi deus, que me pôs no peito

um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar

fez o poeta o rouxinol

pôs no campo o alecrim

deu flores à primavera ai e deu-me esta voz a mim


(Amália Rodrigues)

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Sobre o ser


Choravas tu quando na vida entraste,
E riam todos porque tu nascias,
Não te vás a partir como chegaste,
Chorem todos então, e só tu rias.

(...)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Hoje


Hoje não.

Hoje não consigo escrever.

Amanhã...

Talvez...

sábado, 15 de setembro de 2007

Angels


Nem assim consigo uma resposta...
Para onde foste, onde estás agora?
Qual é esse outro plano que me querem fazer crer que tu estás?
...
Continuas sempre perto de mim.
Sempre.
Aqui.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Tempestade


Ó noite saudosa
Repleta de luz e movimento,
De chuva, de vento,
Noite de invernia anunciada,
Noite de invernia desejada...

Agora sim,
Contigo e com o mar
Enfim
Neste compasso de espera
Consigo recomeçar.

E agora que regressou a calma
Vou deixar vento
As tuas cinzas levar.

...


Ainda me sinto no vácuo, no limbo...

Até quando?!

A serenitude pasma-me e me petrifica.

E no entanto continuo a andar.

Nesta infinitude finita.

Amanhã é outro dia.

Nada como um dia atrás do outro...



Nec pluribus impar.

Nec plus ultra.